Que o amigo seja para vós a festa da terra

31 março 2007

Iacobeia cantar

Da musa venha discurso
Fluido d'oralidade,
Correndo a literatura
A ser em pleno.

D'ondas faça recurso
Emboida vitalidade,
Metendo a mesura
Na boca de Sileno.

As memórias das letras
São falsas memórias,
Nem lapis, nem canetas,
Sabem contar histórias.

Do som vem o sentido
Sentindo bem Brómio,
Nem visto, nem escondido,
Anjo mente demónio.

Devenha o seu uso
Em viva liberdade,
Lóxias na lonjura
Da Pítia p'lo treno.

Desfaça-se o abuso
E venha a verdade,
Ó Febo da iluminura
Sai já do terreno.

Ó distante cruel
As setas são d'amar,
Fica no teu papel
E deixa dançar.

Que do fiel cão
Astuto caçador seu,
Quem dança bem são
É o sábio Zagreu.

E as portas devagar
Já se abrem pró céu,
Começando a largar
Por cima do véu.

E tu musa, canta
O Zagreu disperto,
Se o Apolo espanta
O caminho é certo.


Publicado a 23 de Março de 2007 no Odeio o Mundo Agora!

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