Que o amigo seja para vós a festa da terra

22 março 2007

Gran lume

















Quando 'L Gran Lume

Quando 'l gran lume appar nell' oriente,
Che 'l nero manto della notte sgombra,
E dalla terra il golo e la fredd' ombra
Dissolve e saccia col suo raggio ardente;

De' primi affani, ch' avea dolcemente
Il sonno mitigati, allor m'ingombra:
Ond' ogni mio piacer dispiega in ombra,
Quando da ciascun lato ha l'altre spente.

Cosi mi sforza nimica sorte
Le tenebre cercar, fuggir la luce,
Odiar la vita e desiar la morte!

Quel, che gli altri occhi appanna, a' miei riluce:
Perchè chiudendo lor, s' apron le porte
Alla cagion ch'al mio sol conduce.


Quando o grão lume surge lá no oriente,
que o negro manto desta noite afasta,
e sobre a terra o gelo se desgasta,
já dissolvido no seu raio ardente,

a antiga dor, que o sono gentilmente
me adormentara, acorda mais nefasta:
que quando aos outros o prazer se gasta
é que revive o meu mais docemente.

Assim me força uma inimiga sorte
às trevas procurar, fugir da luz,
odiar a vida e desejar a morte.

Que a um outro olhar 'scurece, ao meu reluz:
se fecho os olhos, abrem-se-me as portas
à dor profunda que a meu sol conduz.

Vittoria Colonna
Jorge de Sena, Poesia de 26 Séculos, Porto, Asa, 2001.


Etna publicado no Grammateion

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