Gruidae
2007
Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
A recordação é uma traição à Natureza,
Porque a Natureza de ontem não é a Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!
Alberto Caeiro, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2001.
1 <:
Vídeo - Mania
http://www.youtube.com/watch?v=pI5U5bapHcw&feature=PlayList&p=412837B1FA71A120&index=2
Em full screen - fantático!
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