Que o amigo seja para vós a festa da terra

29 maio 2007

Gruidae


2007


Antes o voo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.

A recordação é uma traição à Natureza,
Porque a Natureza de ontem não é a Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.

Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!


Alberto Caeiro, Poesia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2001.

1 <:

Anónimo disse...

Vídeo - Mania

http://www.youtube.com/watch?v=pI5U5bapHcw&feature=PlayList&p=412837B1FA71A120&index=2

Em full screen - fantático!

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