Que o amigo seja para vós a festa da terra

28 junho 2007

O vento no escuro

















Serra da Estrela 1996

Não durmo. Entresou.
Tenho vestígios na consciência. Pesa em mim o sono sem que a inconsciência pese... Não sou. O vento... Acordo e redurmo e ainda não durmi. Há uma paisagem de som alto e torvo para além de que me desconheço. Gozo, recatado a possibilidade de dormir. Com efeito durmo, mas não sei se durmo. Há sempre no que julgamos que é o som um som de fim de tudo, o vento no escuro, e, se escuto ainda, o som dos pulmões e o do coração.

Bernardo Soares, Livro do Desassossego vol.I, Lisboa, Presença, 1990.

1 <:

Anónimo disse...

Os olhinhos

Tenho dois olhinhos
Abro-os para ver
Fecho os dois olhinhos
Para adormecer

(Óbidos)

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