O vento no escuro
Não durmo. Entresou.
Tenho vestígios na consciência. Pesa em mim o sono sem que a inconsciência pese... Não sou. O vento... Acordo e redurmo e ainda não durmi. Há uma paisagem de som alto e torvo para além de que me desconheço. Gozo, recatado a possibilidade de dormir. Com efeito durmo, mas não sei se durmo. Há sempre no que julgamos que é o som um som de fim de tudo, o vento no escuro, e, se escuto ainda, o som dos pulmões e o do coração.
1 <:
Os olhinhos
Tenho dois olhinhos
Abro-os para ver
Fecho os dois olhinhos
Para adormecer
(Óbidos)
Enviar um comentário