Que o amigo seja para vós a festa da terra

07 junho 2007

Aura








Adraga 2004

(...) A arte grega coincidiu com o advento da geometria e com o atletismo, a da Idade Média com o artesanato, a arte do Renascimento com o advento da mecânica, etc. Após 1914, deu-se uma completa ruptura. A própria comédia é quase impossível: só há lugar para a sátira (em que época foi mais fácil entender Juvenal)? A arte só poderá renascer no interior da grande anarquia — épica, sem dúvida, porque a infelicidade terá simplificado as coisas... É, assim, perfeitamente inútil da tua parte desejar Da Vinci ou Bach. A grandeza dos nossos dias deve seguir outras vias. Aliás, não pode ser senão solitária, obscura e em eco... (porém, não existe arte sem eco).

Simone Weil, A Gravidade e a Graça, Lisboa, Relógico D'Água, 2004.

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Anónimo disse...

"A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade".
(Pablo Picasso)

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“Em 1931, Simone Weil tornou-se professora numa escola secundária para moças em Le Puy, onde ganhou um apelido exótico: «Virgem Vermelha», algo como um misto de freira e anarquista. Compartilhava a prosaica actividade do magistério com períodos exaustivos trabalhando em fazendas e fábricas, método pelo qual encontraria "o tempo como condição e o espaço como objecto" de sua acção, pois segundo seu pensamento, o mundo é o lugar adequado para um intelectual estar, ajudando as pessoas a refinarem seus poderes de observação e capacidade crítica; e que o papel apropriado para a ciência é permanecer integrada com a vida produtiva, sem a qual, torna-se meramente um sistema remoto de sinais vazios. Depois de dizer para suas alunas que «a família é prostituição legalizada... a esposa é uma amante reduzida à escravidão», foi transferida de escola e de cidade.”

(Simone Weil)

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