Que o amigo seja para vós a festa da terra

23 julho 2007

Canto à Natureza










Sintra 2006

Euch ruf ich über das Gefild herein
Vom langsamen Gewölk ihr heißen Strahlen
Des Mittags, ihr Gereiftesten, daß ich
An euch den neuen Lebenstag erkenne.
Denn anders ists wie sonst! vorbei, vorbei
Das menschliche Bekümmernis! als wüchsen
Mir Schwingen an, so ist mir wohl und leicht
Hier oben, hier, und reich genug und froh
Und herrlich wohn’ ich, wo den Feuerkelch
Mit Geist gefüllt bis an den Rand, bekränzt
Mit Blumen, die er selber sich erzog
Gastfreundlich mir der Vater Ätna beut.
Und wenn das unterirdische Gewitter
Itzt festlich auferwacht zum Wolkensitz
Des nahverwandten Donnerers hinauf
Zur Freude fliegt, da wächst das Herz mir auch,
Mit Alden sing ich hier Naturgesang.

(...)

A vós convosco, ó raios quentes do meio-dia
Perfeitamente maduros, para que desçais das
Lentas nuvens e, passando por cima dos campos
Até junto de mim, eu possa em vós reconhecer o novo dia de vida.
Pois tudo é diferente de outrora! Passou, passou
A humana aflição! Como se
Me nascessem asas, sinto-me bem leve
Aqui em cima, aqui, e suficientemente rico e alegre
E magnificamente habito onde o cálice de fogo
Está repleto de espírito até à borda, coroado
Com flores, que para ele criou
E me oferece, hospitaleiro, o Pai Etna.
E quando a trovoada subterrânea
Agora acorda festivamente para voar
Com alegria até ao trono das nuvens
Do aparentado deus Tonante, também se dilata o meu coração,
Erguendo aqui, com as águias, o meu canto à Natureza.
(...)


Primeiro acto da terceira versão

Hölderlin, A morte de Empédocles, Lisboa, Relógio D’Água, 2001.

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