Caríssimos junkies, a globalização tem os dias contados
Ontem no Público online:
Silva Pereira reafirma linha do TGV para Porto e Vigo apesar da falta de retorno
01.02.2010 - 14:15 Por Maria Lopes
O ministro da Presidência reafirmou hoje a intenção do Governo em construir as linhas de alta velocidade Lisboa-Porto e Porto-Vigo, apesar de um estudo encomendado pelo ministério das Finanças concluir que estas terão pouco retorno ou até mesmo prejuízo.
Daniel Rocha
O estudo encomendado pelo ministério de Teixeira dos Santos a um professor da Universidade do Minho debruça-se sobre o pacote de grandes obras públicas projectadas pelo Governo. E conclui que os investimentos necessários para as duas linhas de TGV para Norte só a longo prazo poderão ter algum retorno no caso do troço Lisboa-Porto e que o as contas do lanço Porto-Vigo deverão mesmo ser sempre negativas. A excepção a este cenário cinzento é a linha Lisboa-Madrid.
Questionado pelos jornalistas na conferência de imprensa sobre a reunião extraordinária do Conselho de Ministros, Pedro Silva Pereira desvalorizou as conclusões do estudo e lembrou que “todos os investimentos implicam, numa primeira fase, um endividamento”. No caso do TGV, vincou, “são investimentos que promovem, a prazo, o retorno para a economia”, e “as análises de custo-benefício são favoráveis a esses investimentos”.
“Não podemos confundir as lógicas de curto prazo com as lógicas estruturais. E o país está numa fase em que precisa de fazer escolhas estruturais”, afirmou. E avisou que Portugal “não pode demorar décadas a discutir os investimentos”, como “os 50 anos para discutir o Alqueva, 40 para o novo aeroporto, e 20 para a alta velocidade”.
“O estudo confirma que estes investimentos são úteis e modernizadores da economia portuguesa”, reiterou o ministro.
Questionado pelos jornalistas na conferência de imprensa sobre a reunião extraordinária do Conselho de Ministros, Pedro Silva Pereira desvalorizou as conclusões do estudo e lembrou que “todos os investimentos implicam, numa primeira fase, um endividamento”. No caso do TGV, vincou, “são investimentos que promovem, a prazo, o retorno para a economia”, e “as análises de custo-benefício são favoráveis a esses investimentos”.
“Não podemos confundir as lógicas de curto prazo com as lógicas estruturais. E o país está numa fase em que precisa de fazer escolhas estruturais”, afirmou. E avisou que Portugal “não pode demorar décadas a discutir os investimentos”, como “os 50 anos para discutir o Alqueva, 40 para o novo aeroporto, e 20 para a alta velocidade”.
“O estudo confirma que estes investimentos são úteis e modernizadores da economia portuguesa”, reiterou o ministro.
um comentário interessante:
Necessidade do TGV
Já alguém pensou como vamos transportar mercadorias de/para a Europa quando já não houver petróleo, ou quando este estiver demasiado caro para ser rentável? Certamente não será com nenhum meio de transporte que consuma um derivado do combustível fóssil. Pois bem, é preciso criar linhas de comboio novas para transportar as pessoas, uma vez que as actuais farão falta para o transporte das mercadorias. (Sim, eu sei que as auto-motoras trabalham a gasóleo. Será preciso fazer também alguma coisa acerca disto) Espero que vejam as pessoas tenham a capacidade de ver as necessidades do País a longo prazo. É que para construir infra-estruturas, a nossa indsútria também se alimenta de petróleo. E se este líquido precioso não existir, a construção de uma linha férrea será muito mais cara. Nessa altura Portugal ficará definitivamente isolado da Europa e do Mundo à espera de uma alternativa energética. A propósito, Portugal não tem necessariamente que comprar comboios. Desde que hava linhas de TGV, os espanhóis e os franceses podem explorá-las. Alguém que me corriga se eu estiver errado no que disse.
Pois é, já nos pusemos a pensar sobre um futuro relativamente próximo sem petróleo? Sem aviões, sem carros, sem máquinas agrícolas, sem transportes baratos ou rápidos, com uma redução esmagadora na produção de todo o sector industrial do mundo... uma lista infindável de itens que actualmente temos como de absoluta necessidade. Estamos de tal modo viciados numa economia de consumo dos combustíveis fosseis (para não falar dos outros consumos que nos tornaram autênticos junkies) que já não somos capazes de ver o buraco em que nos metemos.
Concordamos com a construção do TGV? Hummm. A resposta imediata é não... claro! Caríssimo, pouco rentável, para minorias, etc, etc, etc. Mas se nos pusermos a pensar nas implicações de um futuro próximo sem petróleo ou energia alternativa que o substitua, a reposta já não pode ser tão leve ou superficial.
Um mundo sem petróleo... ora aí está uma matéria interessante a dar muito que pensar.