Haverá mais
Es wird noch ein Aug sein,
ein fremdes, neben
dem unsern: stumm
unter steinernem Lid.
Kommt, bohrt euren Stollen!
Es wird eine Wimper sein,
einwärts gekehrt im Gestein,
von Ungeweintem verstählt,
die feinste der Spindeln.
Vor euch tut sie das Werk,
als gäb es, weil Stein ist, noch Brüder.
Haverá mais um olho,
estranho, junto ao
nosso: mudo
sob a pálpebra de pedra.
Vinde, cavai as vossas galerias!
Haverá uma pestana,
virada para dentro, na rocha,
temperada com lágrimas não choradas,
o mais fino dos fusos.
À vossa frente faz ela o trabalho,
como se houvesse, porque há pedra, ainda irmãos.
Esperança
Paul Celan, Setes Rosas Mais Tarde, trad. Yvette K. Centeno, Lisboa, Cotovia, 2006.
1 <:
Paul Celan, COMO TE EXTINGUES em mim:
ainda no último
e gasto
nó de ar
estás lá com uma
faísca
de vida.
(tradução: Claudia Cavalcanti)
Enviar um comentário