Que o amigo seja para vós a festa da terra

09 novembro 2007

Inesperado desempenho










Os leitores que se tornaram assíduos do Skapsis sabem que aqui não é comum anunciar espectáculos por vir ou em cena, mas desta vez teve de abrir-se uma excepção. Ontem tive a oportunidade de assistir ao inesperado desempenho de um excelente artista Japonês, integrado no festival Temps d'Images. Hiroaki Umeda volta ao palco hoje pelas 21h30 na Culturgest.

Este coreógrafo começou por estudar fotografia para depois se voltar para a dança. «A dança é a tempo real.» Disse ontem aos espectadores que o foram ouvir depois, como justificação para esta mudança de disciplinas. Contudo, não ouve propriamente uma mudança de disciplinas mas uma modificação na abrangência das disciplinas. Hiroaki estudou fotografia (desenho da luz) e dança (desenho do corpo) por pouco tempo, e cedo se tornou autodidata — também nos confidenciou. Mas nestas duas peças em exibição, While Going to a Condition e Finore, o artista também concebeu a banda sonora. O resultado é de uma impressionante fluidez com altíssima qualidade. Disse-nos ainda que o desenho da luz e do som
(hipnótico e industrial) não é menos importante que o do seu corpo, um objecto em movimento, insignificante como qualquer movimento, completamente integrado no conjunto.

Corpo, luz e som, numa coreografia de sincronias rítmicas complexas que dificilmente podem ser descritas sem cair nos tecnicismos de uma linguagem incompreensível. Embora se possa fazer alguma descrição da luz e do som, a coreografia corporal que Hiroaki dança tem de ser experimentada ao vivo, razão pela qual não se apresenta aqui mais que uma imagem da primeira peça.

A não perder!


Fotografia de F.Villemin

3 <:

Anónimo disse...

Por tua causa fui ao Porto ver Umeda. Neste caso, o programa incluia unicamente Finore. Impressionante. Catalisador. Invasivo. Transe-hipnótico. Perdi altitude e latitude. Deixei de ouvir. Ou melhor, perdi a sensação do meu corpo e foi como se tivesse só consciência do som. Tive a sensação que levantei ligeiramente da cadeira por um breve momento.
Alucinante. Bem recortado. Recebido de braços abertos. Muito obrigada por me teres feito ir lá.

Anónimo disse...

Sim, Rita, é mesmo impressionante. Posso até dizer que desde há dez dias ainda flutuo. Quando fui para casa nessa noite, foi com a sensação de que não tinha sido tão tocada assim nos últimos dez anos.

Que bom que valeu pôr esta posta!

Anónimo disse...

eh pá, posta sempre!

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