Que o amigo seja para vós a festa da terra

08 fevereiro 2007

Mitologia contemporânea













Dois Mil e Um Fins

(...) Muita coisa, que para este povo significava o Bem, representava para um outro povo escárnio e ignomínia; foi isso que eu descobri. Encontrei muita coisa chamada má aqui e adornada acolá com as honras da púrpura. (...)
(...) Em verdade, os homens deram a si próprios todo o seu Bem e Mal. Em verdade, nem o tomaram, nem o encontraram, nem ele lhes chegou como uma voz vinda do céu. (...)
(...) Em tempos, os povos penduraram por cima de si próprios uma tábua do bem. O amor que quer dominar e o amor que quer obedecer é que produziram em conjunto essas tábuas. (...)
(...) Foram sempre espíritos amorosos e produtivos que criaram o Bem e o Mal. Nos nomes de todas as virtudes, ardem o fogo do amor e o fogo da ira. (...)
(...) Na verdade, é um monstro o poder desse louvar e censurar. Dizei-me vós, irmãos, quem o dominará? Dizei-me quem colocará as correntes nos mil cachaços desse animal?
Mil fins havia até agora, pois havia mil povos. Só falta ainda a corrente em volta dos mil cachaços, falta um fim único. A humanidade ainda não tem finalidade.
Mas, então, dizei-me, meus irmãos: se falta ainda à humanidade o objectivo, não falta, pois, também... ainda ela própria? (...)

Nietzsche, Assim Falava Zaratustra, Lisboa, Relógio D'Água, 1998.

1 <:

Marlene disse...

Que sejas bem vinda!!!
Que te sintas bem por aqui e que deposites todas as caraminholas, que cá estaremos para ler e encher as caixinhas de comentários!!! :)
Parabéns pelo blog, um beijito grande!

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